Palestra em português sobre Rudolf Steiner (46 minutos)
Caro colega, esse é um dos principais livros do esoterismo mundial. Uma imagem que retrata a leitura desta obra seria a de uma praia. Ler Teosofia requer atravessar a arrebentação da Nova Era. Daí entramos num mar de informações com ondas fortes e correntes não tão fáceis de se navegar.
TEOSOFIA OU ANTROPOSOFIA?
Europa, início do séc. XX. Em 1885 a Teosofia chegava em Londres, trazida pela sua própria criadora Helena Blavatsky (1831-1891). Rudolf Steiner (1861-1925) estava na Alemanha e foi dando palestras sobre Goethe que se encontra com pessoas interessadas pela Teosofia. Steiner já havia publicado “O método cognitivo de Goethe“, “Filosofia da Liberdade” e “Verdade e Ciência“. Em 1902, Steiner ingressa na Teosofia mas nunca conheceu Blavatsky pessoalmente. Dois anos depois do seu ingresso, em 1904, publica Teosofia, seu nono livro (GA9).
Steiner é ativo e se torna o líder da maior loja teosófica na Alemanha com mais de 2 mil integrantes. Nosso autor nunca foi 100% alinhado com os ensinamentos teosóficos e com o passar do tempo as diferenças se tornaram insuportáveis para ambos os lados. Entre 1912 e 1913, em comum acordo, Steiner se desliga da Teosofia levando consigo muitos seguidores.
Steiner revisou seu livro Teosofia diversas vezes, chegando na sua 10a edição. Mesmo já tendo se desvencilhado formalmente da Teosofia há 10 anos, Steiner manteve sem alteração o nome do livro como “Teosofia”.
CONTEÚDO PRINCIPAL
Encontramos no livro Teosofia temas semelhantes ao que comumente vemos em outras escolas esotéricas e também temas característicos do que será mais adiante a Antroposofia.
Entre os temas comuns que vemos em outras escolas posso citar: descrição dos corpos sutis (que toma 1/3 do livro), carma, destino, o que acontece quando morremos etc. Mesmo quando aborda essas temas corriqueiros do ocultismo, Steiner deixa seu “tempero”. Isto é, busca associá-los com as repercussões em nosso estado de consciência e em nossas almas. Isso fica muito claro quando descreve nossos corpos sutis. A princípio, parecerá ao leitor desavisado que a forma descrita é muito confusa. É que a estrutura como apresentada não é rígida e já traz consigo um conceito evolutivo talvez inspirado pela forma de pensar de Goethe.
Entre os temas característicos de Steiner posso citar: o pensar, a cognição, a necessidade do trabalho biográfico para se entender o indivíduo e a descrição dos mundos sutis. No mundo anímico temos duas energias fundamentais: simpatia e antipatia ou atração e repulsa. Essas são qualidades energéticas presentes em todas as substâncias, podendo ser classificadas em sete combinações ou regiões.
Este último tema dos mundos sutis, toma outro 1/3 do livro. É o capítulo “Os três mundos” que aborda a conexão dos diversos planos. Esses mundos não são paralelos nem separados espacialmente do mundo físico sensível. Novamente perceberemos uma diferença significativa de ensinamentos entre Steiner e outros mestres do esoterismo. Sua descrição dos mundos espirituais é única. Ele nos fala, dentro das limitações linguísticas, sobre 7 regiões do mundo espiritual. Espiritual em Steiner não é anímico ou astral. Ele adentra no mundo pensamental e acima.
O livro termina com 15 páginas que servem de estímulo ao aprendiz que percorre o que ele chama de “senda do conhecimento“.
ANOTAÇÕES
Trago algumas ideias e máximas que tomei nota em minha leitura. São secundárias, satélites. A estrutura principal é o que já descrevi acima.
IMPRESSÕES PESSOAIS
Li esse livro pela primeira vez 8 anos atrás. Acostumado com outras linhas esotéricas, confesso que na época achei Teosofia muito confuso. Tem gente na internet dizendo que o livro é uma delícia. Não acredite. Não é. É um livro FANTÁSTICO mas é altamente complexo. Requer que o leitor goste de pensar, que seja afeito ao esoterismo e que tenha quilometragem na prática.
Teosofia é um livro teórico. Você não encontrará nele exercícios práticos. Esses estão em outros livros como “O conhecimento dos mundos superiores” do mesmo autor.
O subtítulo nos diz que Teosofia objetivava ser uma “introdução ao conhecimento supra-sensível“. Ao meu ver, Steiner não atinge essa meta. São temas introdutórios com uma abordagem bem avançada. Portanto, estou seguro em afirmar que esse não deve ser o primeiro contato de um leigo com um texto esotérico.
Teosofia não é um livro “mais do mesmo”. Passados mais de 100 anos, continua à frente. Definitivamente, um clássico!
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