ORIGINALIDADE
Quando o assunto é moral, para Steiner, o importante não é seguir padrões impostos pela sociedade, muito menos aqueles oriundos das religiões. Para ele, o importante é que no nosso íntimo vivamos impulsos que se transformem em ações morais. Pelo fato desses impulsos serem anteriores à manifestação do atuar e do pensar, Steiner os chamará de “fonte moral”. Em outras palavras, Steiner não quer que fiquemos julgando se uma coisa é certa ou errada. Ele quer que a manifestação desse impulso seja livre dos conceitos da sociedade e livre da nossa própria personalidade.
Em “A Moral Teosófica“, Steiner investiga como esse impulso se transforma em pensar ético e ação moral. Sua abordagem é diferente de tantas publicações sobre ética e moral que encontramos por aí.
PRINCIPAIS IDEIAS
O livro é a transcrição de 3 palestras proferidas por Steiner. Percebi 4 principais ideias que tentarei resumir abaixo. Desculpe-me se deixei alguma outra passar.
A primeira, como dito acima é a investigação do impulso moral. Steiner explica que nossa aproximação com essa “fonte moral” só se dá pela compreensão dos aspectos ocultos da vida. Ou seja, através de um pensar livre espiritual e ao mesmo tempo científico. Requer o desenvolvimento de percepções supra-sensíveis (parapercepções extra-físicas).
Segunda ideia. Em seu livro “Filosofia da Liberdade“, Steiner investigara a moral sob o ponto de vista do indivíduo. 20 anos depois, em “A Moral Teosófica“, retoma ao assunto. Mas agora o faz numa perspectiva histórica da moral. Dirá ele que esses impulsos nem sempre existiram para todos. Eles surgem inicialmente na Índia e posteriormente nas populações nórdicas na forma da virtude da coragem e valentia. Steiner avança no tempo e nos falará sobre Budismo, passará pelas escolas de ocultismo e trará um estudo de caso com Francisco de Assis. O desenvolvimento histórico da moral está intimamente vinculado à evolução da consciência da humanidade.
A terceira idéia é como Steiner interliga essas virtudes. Vou colocar aqui essas correlações mesmo sabendo que a leitura rápida e resumida nesse post não terá a capacidade informativa que encontramos no livro. É muita informação condensada em 4 parágrafos. Tem que ler com atenção e calma. Vamos lá:
Eu vou de mãos dadas concordando em tudo com Steiner até o ponto quando ele parte para a quarta principal ideia que é sua Cristologia. Essa parte final do livro é altamente dogmática e perde pontos na avaliação que faço hoje. Quem sabe um dia eu mudo de opinião.
CONTEXTO HISTÓRICO
Nesse livro Steiner nos fala do Mistério do Gólgota e afirma o “impulso de Cristo” ser fator decisivo na evolução da vida humana. Isso é uma grande divergência da Teosofia original de Helena Blavatsky. Mas esse não foi o único motivo de seu rompimento com a Teosofia. Foram vários os motivos e falar disso sairia do escopo desse resumo.
“Moral Teosófica” é de 1912. Foi este o ano em que Steiner se desvinculou da Teosofia para fundar sua Antroposofia. Para Steiner, Teosofia é a investigação dos pensamentos divinos transformados em conhecimento. Nesse sentido o título não conflita com a escola de Blavatsky. Mas cá entre nós, esse nome só gera confusão. O leitor é levado a achar que se trata da moral como entendida por H. Blavatsky.
CURIOSIDADE:
Steiner, 100 anos atrás nesse seu livro, cita o problema de notícias falsas nos jornais. O que hoje chamamos de “fake news“. A falsidade, diz Steiner, se tornou uma característica de nossa época. Atualíssimo não acha? O remédio é o trabalho individual para nos manifestarmos moralmente. É buscarmos o “eu puro”, nossa autenticidade. É apontarmos nossas almas para o espírito. Steiner tem exercícios para isso, mas não os encontraremos em “Moral Teosófica”.
links externos sugeridos pelo autor DESSE POST:
"A Moral Teosófica" é parte do GA155. A edição em português só se encontra em sebo. Já a versão em inglês está disponível aqui https://rsarchive.org/Lectures/GA155/ (acesso gratuito).
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