Introdução a Henry Corbin, pelo próprio autor do livro. Em inglês e legendas em português. (11 minutos).
James Hillman fala sobre sua Psicologia Arquetípica. Em inglês legendado. (7 minutos)
Me interessa saber o que os outros já falaram sobre intuição, sobre a formação de imagens nas experiências parapsíquicas, sobre a comunicação com seres inteligentes. Esses fenômenos se dão no Mundus Imaginalis, o mundo intermediário entre a matéria e o divino.
O livro “Imaginal Love” é sobre esse mundo intermediário da imaginação como entendido por Henry Corbin e por James Hillman.
QUEM SÃO ESSAS PESSOAS?
Henry Corbin (1903-1978) foi um intelectual que se dedicou a estudar o mundo islâmico. Traduziu para o francês diversas obras quase que desconhecidas no ocidente. Deu especial atenção ao mundo da Imaginação Criativa pois o tinha como uma porta para se compreender o plano espiritual.
James Hillman (1926-2011) foi um psicólogo muito próximo a Jung mas lançou uma abordagem inovadora ao defender que a imaginação não é ilusória, ela é uma força vital importantíssima atuante em nossa psique. Que o homem precisa ser entendido histórico e culturalmente. James Hillman dirá que o trabalho terapêutico deve apoiar o homem a explorar o significado de sua vida e encontrar seu próprio caminho que é único, singular. Hillman diverge do processo de individuação de Jung ao considerar que seres espirituais (anjos) atuam em nossa imaginação.
As datas de nascimento acima mostram que os dois foram contemporâneos. E de fato chegaram a se conhecer em palestras na mesma faculdade.
Da mesma forma que existe uma intersecção de seus trabalhos que é esse mundo da imaginação, há também diferenças significativas entre eles. Não cabe aqui citar todas elas, mas apenas a que mais os difere: O mundo Imaginal de Corbin é amplo e vai desde estados mais simples de consciência como o plano astral até o mundo dos anjos que atuam em nós. Já em Hillman, o mundo da imaginação é uma função da mente humana como se entende mais costumeiramente. O primeiro dá ênfase no caminho cognitivo oriental (de cima para baixo) e o outro no caminho cognitivo ocidental (de baixo para cima). Corbin é mais comprometido com o espiritual e Hillman com os sentidos. Um quer o caminho da luz e o outro curar a alma interpretando as sombras.
Apesar das diferenças o que compartilham é a crença na liberdade e no papel central que tem a imaginação na construção da realidade.
Posso resumir assim: São ingredientes semelhantes em receitas de sabores bem diferentes.
CONTEÚDO
Obviamente Tom Cheetham escreve sobre a imaginação e uma vez dito isso já poderíamos encerrar o post por aqui.
Mas há um segundo tema que não esperava me deparar e que quero investir um pouco mais de tempo. É sobre linguagem.
Defende o autor que a linguagem da forma como a utilizamos ordinariamente teve e continua tendo como consequência uma desconexão com o espírito. Nos conta que em seus primórdios a escrita era basicamente constituída de pictogramas (desenhos simples que podem ser universalmente entendidos). Ao longo do tempo a linguagem de pictogramas foi sendo substituída por alfabeto, palavras e estruturas que mais nos conectam aos conceitos do que com a realidade. A consequência disso foi o homem ter se fechado mais em si.
“Linguagem é o oceano em que vivemos. Qualquer mudança na língua é uma mudança em nós.” Nesse nosso tempo, em que se debate tanto sobre linguagem neutra, essa frase revela muita coisa não acha?
Voltemos ao livro… Um terceiro tema que acho interessante destacar foi o autor ter usado o trabalho de Corbin e de Hillman para descobrir em nós os aspectos que nos levam à aceitar conceitos como uma cosmovisão politeísta, ou monoteísta, imperialismo e ideologias.
Todo o livro segue um fluxo cujo percurso é uma preparação para o último capítulo onde ele sintetiza 3 princípios: exploração, amor e imaginação. Juntos, esses princípios no coloca em presença no mundo real, nos conectamos ao mundo e ele se abre. Esses são os 3 elementos necessários para atingir o “Amor Imaginal” que dá nome ao capítulo e ao livro.
Este não é um livro técnico. Seria um contrassenso querer defender a imaginação através de conceitos rígidos como normalmente se vê em livros técnicos. Não há práticas energéticas. O autor é convencional e nos fala de arte, literatura e poesia. A todo instante compara Henry Corbin e James Hillman. Sempre que possível o autor coloca sua própria opinião pessoal, suas descobertas.
RECOMENDAÇÃO
Preciso dizer a vocês que foi uma grande felicidade, uma sorte ter encontrado este livro. Li com um enorme prazer do início ao fim.
Já comentamos aqui no Medite Comigo sobre Corbin no livro “A lógica dos orientais“. Mas diferentemente do autor anterior, Tom Cheetman não é filósofo de academia e consegue expressar as ideias em linguagem mais natural. Comparado com aquele, este é um livro muito mais agradável.
Esse livro divide a atenção entre Corbin e Hillman. Contudo, aos interessados em fazer um mergulho no Mundo Imaginativo há um outro livro desse mesmo autor, “The World Turned Inside Out” que é exclusivamente focado em Henry Corbin.
Para quem não lê inglês a boa notícia é que acaba de ser lançado (Abril 2023) em português o livro “Mundos Imaginais segundo Corbin, Hillman e Jung” que tem ênfase terapêutica e não mística sobre o papel da imaginação. Não li mas me sinto na obrigação de citá-lo. A linha terapêutica de James Hillman firma seus primeiros passos no Brasil (https://academiaimaginal.com.br/).
links externos sugeridos pelo autor DESSE POST:
Tom Cheetham
Site do autor: https://www.tomcheetham.com/
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