O título em inglês se traduz como “Economia Associativa – Atividade espiritual para o bem comum“.
O termo “Economia Associativa” foi criado por Rudolf Steiner (1861-1925) para uma forma de visão sobre as relações econômicas, sobre o consumo, produção, trabalho e finanças. O termo “economia associativa” nunca teve atenção mas foi resgatado pelo autor Gary Lamb, americano envolvido com escolas Waldorf, agricultura biodinâmica e autor de outros livros todos dentro do universo Antroposófico.
Já o termo “Bem Comum” deve ser entendido da forma mais direta possível. Quer dizer o bem de todos. Ele não se refere à Economia do Bem Comum (EBC) de Jean Tirole ou de Christian Felber.
E temos “Atividade espiritual” pois a economia é uma atividade que pode elevar o espírito.
Apesar de ser um livro de economia, ele não trata de política ou de formas de governo. Não é um livro de luta contra os donos do capital internacional. É o que você empreendedor pode fazer. É um ponto de vista para você considerar nos seus empreendimentos.
Os livros que formam a base conceitual de uma economia Antroposófica são “O ponto central da questão social” e o livro “Economia Viva”. Mas você poderá ler “Economia Associativa” sem qualquer conhecimento prévio de Antroposofia. A linguagem escolhida não usa aqueles termos algumas vezes vagos demais para um leitor que estará tendo o contato pela primeira vez com a Antroposofia. “Economia Associativa” é uma excelente porta de entrada para esse universo.
A ECONOMIA ASSOCIATIVA
Esse modelo que o autor denomina Economia Associativa é baseado em diversas palestras proferidas por Rudolf Steiner. Esse modelo se diferencia do que há por aí em vários quesitos. Conta com uma dimensão individual, uma outra social e uma espiritual. Tem valores elevados de fraternidade, ecologia, beleza e o apoio mútuo das pessoas. Vai além do capitalismo ou do socialismo. Sugere a aplicação da fraternidade no âmbito econômico, a igualdade na vida normativa, e a liberdade na vida cultural. Sugere meios de produção sob a administração da comunidade. É contrário à competição. Em seu lugar, a solidariedade, a cooperação e a ajuda mútua. É livre de determinações morais sejam elas religiosas ou científicas. Vê os trabalhadores como co-produtores ou parceiros, e não como “força de trabalho” empregada que vende sua mão de obra.
O ponto de partida é o que Steiner chamava de “lei fundamental da sociedade“:
“Quanto mais contribuo para a comunidade e quanto mais a comunidade se estrutura para atender as necessidades de cada indivíduo, maior será o bem estar de todos na comunidade.”
Essas idéias começaram a ser divulgadas por Steiner em 1905 mas só começaram a ganhar força 65 anos depois, já nos anos 70. Hoje, inúmeras empresas e iniciativas foram influenciadas por essas ideias. Os exemplos dados pelo autor são de iniciativas sediadas nos Estados Unidos e Europa tais como Equal Exchange (https://shop.equalexchange.coop/), Remei AG (https://remei.ch/en/), Fair Trade Movement (https://www.fairtrade.net/), e a incrível rede de supermercados Coop com mais de 2 milhões de associados, mais de 2 mil pontos de venda, empregando 95 mil pessoas e faturamento anual de 31 bilhões de dólares (https://www.coop.ch/en/company/about-us.html).
O livro está em Inglês e não trará exemplos do Brasil, mas me arrisco a dar exemplos de Economia Associativa em diversos segmentos. Na agricultura posso citar a CSA (https://csabrasil.org/csa/). Na educação, as Escolas Waldorf (caso do Colégio Waldorf Micael de São Paulo que trocou a mensalidade por uma contribuição livre, veja link ao final da página). E em instituições financeiras como o TRE Investimentos (http://treinvestimentos.com.br/) e a Banca Ética (https://bancaetica.lat/).
O livro é de 2010, mas parece que foi publicado ontem.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os seus 20 capítulos trazem insights valiosos. Coloco abaixo alguns que me chamaram atenção:
O autor sugere que a mudança deve começar pelo tipo de educação que é fornecida às crianças. A educação que está aí leva crianças a se prepararem para competição e assim terão dificuldades de desenvolver o altruísmo. Ao governo coletor de impostos interessa primeiro uma educação para formar trabalhadores que geram mais impostos. A educação pública e boa parte da educação privada que está aí é voltada para a manter o próprio sistema. Não estão preocupados com a formação de cidadãos livres e de consciência social.
De forma bem didática, o autor compara lado a lado o modelo da economia tradicional com a economia associativa.
E O QUE HÁ DE ESPIRITUAL NISSO?
Espiritualidade não acontece somente na meditação do seu quarto. O espírito se manifesta em todas nossas ações e relações. Cuidar de nossas ações e relações é educar o espírito. O empreendedorismo é uma oportunidade de auto-enfrentamento evolutivo. O empreendedorismo é uma forma incrível de co-criarmos em nós uma imagem viva da sociedade.
links externos sugeridos pelo autor DESSE POST:
Livro "Associative Economics" disponível para download
https://www.waldorflibrary.org/books/3/view_bl/52/ebooks/98/associative-economics-spiritual-activity-for-the-common-good-ebook
Escola Micael de São Paulo elimina mensalidades pré-determinadas
https://revistaeducacao.com.br/2021/05/04/escolas-waldorf-mensalidade-contribuicao/
Wikipedia sobre cooperativa de consumidores
https://en.wikipedia.org/wiki/Consumers%27_co-operative
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paulo@meditecomigo.org
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