O título “Os seis exercícios complementares” automaticamente nos sucinta a pergunta: “São complementares a quê?”.

São complementares aos diversos exercícios da Antroposofia descritos em “O conhecimento dos mundos superiores”. Cada um dos 6 exercícios trabalha uma faculdade específica da alma humana. Somente quando praticados em conjunto o praticante chegará em ponto relevante em sua jornada espiritual. Ou seja, os exercícios são complementares não apenas a exercícios já publicados mas também complementares entre si. 

Contudo, um adjetivo mais adequado que “complementar” seria “necessário” ou “essencial”.

OS SEIS EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
As iniciações da antiguidade foram criadas para o homem da antiguidade. Ainda estão por aí nas práticas religiosas milenares e em suas versões modernizadas da Nova Era.

As iniciações dos povos do norte focavam no desenvolvimento interno do buscador. As dos povos do sul em aspectos externos. Hoje em dia é necessário que o buscador desenvolva ambos os aspectos internos e externos.

Os seis exercícios apresentados nesse livro nos preparam tanto nos aspectos internos quanto nos externos. Por esse motivo Rudolf Steiner dirá que são exercícios necessários ao desenvolvimento espiritual de nosso tempo. Sem esses exercícios nenhuma prática terá eficácia. Esses exercícios tem prioridade acima de meditação, concentração, prática energética, iniciação etc.

Cada um dos exercícios desenvolve uma qualidade em nosso coração. Segundo Rudolf Steiner há neles um efeito purificador que paralisam influências externas.

E QUE EXERCÍCIOS SÃO ESSES?
Descrevo-os abaixo de forma bem simplificada.

• 1° EXERCÍCIO (O PENSAMENTO)
  Coisas como tradições, condições sociais, grupo étnico, tudo isso nos impõe um tipo de pensamento. É condição obrigatória ao buscador que ele tenha o pensar claro, livre de todas essas influências. Para exercitar o pensamento livre, o buscador deve manter sua atenção no pensamento mais desinteressante e insignificante possível. Fará isso olhando para um objeto construído pelo homem como por exemplo um lápis, uma caneta, uma colher. Deverá controlar seus pensamentos para que durante o exercício só pense nesse objeto sem desviar a atenção para outro assunto. 5 minutos, diariamente por um mês.
• 2° EXERCÍCIO (A VONTADE)
  Neste segundo mês queremos desenvolver da vontade. Steiner diz que devemos escolher e executar uma atividade irrelevante, sem significado para o mundo. A motivação de fazer algo deve ser exclusivamente pela vontade. A vontade é a força a ser trabalhada. Se optarmos por algo que traga benefícios como mais dinheiro ou saúde física, o motivador já não será mais a livre vontade mas o benefício próprio. Podemos então escolher por exemplo girar um anel durante o almoço, amarrar e desamarrar os sapatos, mover uma caixa de lugar. Se possível, a cada dia adicionar uma nova atividade.
• 3° EXERCÍCIO (OS SENTIMENTOS)
  Aqui se quer atingir o estado de calma interior. É o exercício de não deixar se abater por nenhuma emoção, seja ela negativa ou positiva. Não estamos falando em controlar a emoção e sim controlar a expressão da emoção. Percebemos a vontade de dar uma risada, aceitamos e apenas observamos nos mantendo equânimes. Este terceiro exercício deve ser feito uma vez por dia por um mês.
• 4° EXERCÍCIO (POSITIVIDADE)
  Somos convidados nesse outro mês de exercício a descobrir o lado positivo de tudo. Encontrar a beleza, a bondade e a verdade em tudo. Isso daqui é diferente de criticar. O exercício é mergulhar no ser diante de nós (acoplamento) e então nos perguntar “Como é que ele chegou a fazer o que faz?”. Note que não se trata de um exercício mental de ativamente encontrar justificativas para o que há de positivo. 
• 5° EXERCÍCIO (O PRECONCEITO)
  Este exercício é o de se obrigar a fazer algo novo nunca feito antes. Deve-se trocar a repulsa do novo pelo interesse no que é novo. Ter interesse por coisas que nunca ouviu falar. Trocar o “não acredito” por “Será que há algo de verdade nisso aí que está me sendo dito? O que me impede de me aproximar disso? Que leis e verdades que trago me impedem de aceitar isso?“. Assim como os exercícios anteriores, deve ser feito todos os dias, durante um mês.
• 6° EXERCÍCIO (HARMONIZAÇÃO)
  O último exercício consiste em refazer todos os cinco exercícios acima de forma sistemática colocando-os em prática no cotidiano. Ao integrar esses resultados em nossa vida surgirá harmonia e a capacidade de amar em nossa personalidade.

Ao final de cada exercício devemos espalhar pelo nosso corpo as boas sensações que deles surgem.
Os exercícios devem ser praticados na ordem apresentada.

CONSCIENCIOLOGIA
Para quem é da Conscienciologia será inevitável traçar inúmeros paralelos com o conteúdo desse livro. As distinções das iniciações da antiguidade e o ciclo recéxis-recin. O quinto exercício, a neofobia e a neofilia, e o princípio da descrença. As descrições dos direcionamentos do que se segue em cada exercício e a OLVE. Posso dizer que os seis exercícios são complementares para o conscienciólogo pois trazem um detalhismo que passa desapercebido nos laboratórios conscienciais.

SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO
Coloquei mais abaixo nessa página um resumo para download gerado pela inteligência artificial da Microsoft. Nele você encontrará detalhe sobre cada capítulo. Por aqui basta dizer que dos doze capítulos, cinco são artigos de Steiner e os 7 restantes capítulos são dos autores Maurice Le Guerranic e Athys Floride. Desses, tenho que dizer que minha impressão dos capítulos 6 e 7 são fracos e até questionáveis. 

A descrição dos exercícios por Rudolf Steiner tomam apenas 10 páginas no primeiro capítulo (GA267). É o mais importante, é o ponto de partida. Os demais são desdobramentos.

Há um excesso de termos com fonte em itálico que dificultando a leitura. Mas não compromete. A escrita é simples sem aquela complicação das publicações antroposóficas.