ONDE A RELIGIÃO TERMINA?

Antes de mais nada, reconheço que a conscienciologia é um caminho muito bom! E a adotei como uma de minhas práticas diárias.

Mas imperfeição é condição existencial do ser-humano e ali na conscienciologia também encontramos defeitos. Um desses defeitos é falar mal das outras práticas. É um traço comum desse grupo. Observo que existe uma “satisfação” quando colocam os outros para baixo. Uma espécie de necessidade de ficar se auto-afirmando que bebem da melhor linha de ensinamentos pois são mais mentais e lúcidos.

Esse livro, “Onde a religião termina”, é o ápice dessa energia.

RECOMENDO ESSE LIVRO?

A religião fez parte da vida de Waldo Vieira pai da conscienciologia. O próprio autor do livro, antes de ser o “Professor Marcelo” foi durante 20 anos o “Frei Marcelo”, dedicado à religião católica.

Usando uma expressão popular, “o autor, cospe no prato que comeu”. Não posso recomendar esse livro.

QUEM É O PÚBLICO ALVO DO LIVRO?

A gente sempre coloca o público alvo nos resumos aqui do site. Mas dessa vez fiquei perdido.

Não posso acreditar que o público do livro sejam pessoas religiosas fora da Conscienciologia, pois o livro é essencialmente desrespeitoso com eles.

Por outro lado, se o público é o próprio seguidor da conscienciologia, ao ler o livro reforçará essa idéia que Conscienciologia é o melhor caminho e todos os outros ensinamentos não prestam. Isso se chama: interprisão grupo-cármica.

OK. MAS DO QUE TRATA O LIVRO?

De fato, tem muita religião por aí que não promove o bem. Que foi criada para tirar seu dinheiro; Que não estimula o raciocínio independente; Historicamente envolvida com guerras e violências; Que gera uma submissão a forças invisíveis, divinas.

O livro é uma enxurrada de críticas a qualquer tipo de religião. Ponto. É isso. Se você quer ter uma metralhadora de argumentos para desqualificar a opção religiosa de pessoas leigas sem estudo essa é sua chance.

Nesse livro, você não irá aprender um único ponto positivo sobre como promover a assitência ao próximo.

SENDO MAIS ESPECÍFICO

  • O autor não distingue o objeto do sujeito. Não separa o conhecimento das escrituras daquilo que é realização humana. As organizações religiosas são falhas, pois são fruto do ser humano. O autor desconsidera isso. Por exemplo: Nem Jesus nem o Buda disseram para as pessoas montarem uma igreja. O ensinamento do Buda é uma coisa. As diversas formas de Budismo é outra coisa.
  • Erra ao não praticar o princípio da admiração discordância. Para o autor, todas as religões são 100% negativas.
  • Muitos tópicos são tratados de forma superficial. O autor quer vencer na quantidade de argumentos e não na profundidade. É prolixo. O livro poderia ser reduzido a menos da metade.
  • Análises históricas deslocadas. Não se pode comparar a sociedade de centenas ou milhares de anos atrás, de outro países com o brasileiro da atualidade. Não é óbvio isso? As condições mentais, educacionais, sócio, políticas, culturais, valores e até mesmo a constituição holossomática são diferentes da de hoje.
  • Não verifica os dados. Tem coisa errada ali. Chega a se basear em boatos de internet.
  • Julga grupos pela estética, pelo visual. É inacreditável.
  • O autor acusa as religiões de não promovem uma reforma íntima. É óbvio que algumas promovem e outras não. Algumas promovem de forma superficial. Não é pelo fato que a maioria não oferece um cabedal de ferramentas como a conscienciologia que estamos no direito de desqualificar o trabalho de todas elas. O universo de religiões é imenso.
  • O livro foca nas igrejas evangélicas e na católica. Pincela outras religiões como budismo e espiritismo. Mas coloca tudo numa panela só. Essa generalização é de um empobrecimento mental lamentável.
  • O autor não percebe que cada pessoa tem seu tempo evolutivo. Religão é um “patamar”. É um começo inevitável para a maioria da população. Desde pequenos somos bombardeados com uma cultura extremamente religiosa. Está por todos os lados principalmente num país como o Brasil. Aí, com calma vamos evoluindo e buscando outros caminhos. Há um amargor, um ressentimento infantil no livro. O autor queria que todas as pessoas e práticas já fossem evoluídas sem erros. Percebo no autor resquícios de pensamento de uma classe dominante que ainda considera a população como intelectualmente inferior, sem força de vontade feito diziam dos índios chamando-os de “preguiçosos”, ou os negros com seu panteão de espíritos inferiores. Não é assim com falta de respeito. Calma lá professor Marcelo.

MENSAGEM FINAL:

Caro colega, não saia repetindo os argumentos desse livro sem antes estudar, ponderar. Pratique o princípio da descrença. Coração e mente abertos. A sabedoria está espalhada por aí, é infinita e não pertence a um único grupo.

A Conscienciologia não é superior a nenhuma outra prática.

O livro é manipulador, joga com as palavras. Recomendo um outro livro da própria Conscienciologia chamado “Manipulação Consciencial” que nos deixa mais atentos a manipulações como as que encontramos em diversos momentos desse livro de Marcelo da Luz.

Eu entendo a motivação do professor Marcelo ao escrever o livro: Cuidado com as religiões. Mas também tome cuidado com livros como esse.

No exato momento em que escrevo esse resumo, uma consciex (espírito, alma) se aproxima de mim e me diz para eu escrever aqui no post as palavras de Jesus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Seja esse espírito um ser religioso ou não, ela(e) tem razão. É bem por aí… Mais perdão, tolerância, amor, generosidade. O mundo precisa.

VIDEOS SUGERIDOS PELO AUTOR DESSE POST:

Um dos temas tratados no livro de Marcelo da Luz são os conflitos e as guerras. O vídeo acima do professor Frank Usarski mostra uma opinião diferente. O primeiro é que as próprias religiões evoluem, não estão paradas. É um ponto de vista mais generoso, menos ofensivo. Um segundo ponto que quase passa desapercebido é que, segundo o prof. Frank: “[vão dizer que…] O outro não tem divindades, o outro tem ídolos. Esse é um dos discursos para assegurar a plausabilidade da minha religião. Eu descrimino o outro para fortalecer minha própria cosmovisão.” Acho que de certa forma isso acontece no livro “Onde a religião termina”. Descrimina-se as religiões para fortalecer a cosmovisão da Conscienciologia.

No vídeo acima, entrevista com Marcelo da Luz, o autor do livro “Onde a religião termina?”

PAULO HENRIQUE ARAUJO

paulo@meditecomigo.org

Moro em Recife. Desde cedo trabalhei e empreendi em vários segmentos dentro e fora do Brasil. Quando morava na China percebi que deveria dar mais atenção ao caminho espiritual. Além dos cursos e das práticas, os livros também ajudaram na minha jornada. Compartilho aqui alguns resumos na esperança que eles também lhes sejam úteis. Para ver todos os posts de Paulo clique aqui.

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